quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Princípios da interpretação bíblica

Uma grande responsabilidade do professor cristão é interpretar corretamente a Palavra de Deus. Esta é à base da obra de ensino e pregação. De nada adianta sermos excelentes comunicadores, sabermos utilizar muito bem as modernas técnicas didáticas, se entendermos mal os ensinos bíblicos, e os passarmos adiante de forma inadequada. O objetivo dessa apostila é transmitir noções básicas de interpretação das Escrituras.

A disciplina da interpretação é chamada de exegese ou hermenêutica. Existe entre os teóricos certa divergência nesta questão. D. A. Carson, Ph. D. pela Universidade de Cambridge, atualmente professor de Novo Testamento na Trinity Evangelical Divinity School, em seu livro A Exegese e suas Falácias, considera todo o trabalho de interpretação como exegese. Da mesma linha de pensamento é a obra de W. D. Chamberlain, Gramática Exegética do Grego Neo-testamentário, na qual o autor define exegese como "a ciência da interpretação". Gordon D. Fee e Douglas Stuart, no livro Entendes o que Lês?, Fazem uma diferenciação entre a exegese e a hermenêutica. Segundo eles, exegese diz respeito ao resgate do significado do texto para os leitores originais, e abrange todas as técnicas de análise histórico-crítico-gramatical, ao passo que a hermenêutica é a arte de aplicar hoje os princípios descobertos no texto.

Minha posição quanto a essa questão é que não precisamos nos preocupar com estes pormenores acadêmicos. A título de simplificação utilizarei a expressão "Interpretação Bíblica ou IB" como significando todo o trabalho de interpretação, do início da análise gramatical até a aplicação final do texto para a nossa realidade atual.

Na verdade, todos nós praticamos a IB em nossas vidas diárias. Todos lemos a Bíblia e deciframos subjetivamente o que ela significa para nós. Segundo as doutrinas do sacerdócio universal e da obra didática do Espírito Santo, cremos que qualquer cristão pode entender o conteúdo básico das Escrituras. Rejeitamos o dogma católico de que o entendimento da Palavra de Deus só pode ser adequadamente obtido através da ingerência de um magistério da Igreja ou das proposições do Papa. Apesar disso, existem alguns princípios gerais que precisam ser conhecidos e utilizados na interpretação, principalmente pelos professores e pregadores. Nessa apostila compartilharemos os mais importantes.

Trazendo para hoje uma palavra de ontem

Um dos grandes desafios da interpretação é cultural. A Bíblia foi escrita para pessoas de outro tempo. Isso pode parecer estranho, mas vou já explicar. Quando, por exemplo, o apóstolo Paulo sentou-se para escrever a sua carta aos efésios, ele não estava pensando nos cristãos brasileiros. Sua atenção estava voltada para pessoas do século I, que viviam dentro da cultura greco-romana-judaica. O mesmo podemos dizer do autor do Apocalipse. Quando João escreveu sua obra, utilizou uma linguagem simbólica que era comum principalmente aos cristãos judeus de seu tempo. Em sua época, eram comuns os escritos apocalípticos, que buscavam transmitir mensagens de reforço na fé em linguagem cheia de imagens e significados ocultos.

Hoje, quando lemos a Epístola aos Efésios ou o Apocalipse, ficamos às vezes desnorteados com algumas expressões e, pior ainda, podemos compreendê-las mal. Daí pode inferir que a primeira tarefa do intérprete bíblico é entender o que as Escrituras significaram para os seus primeiros destinatários. A partir desse ponto, é que podemos estabelecer qual a aplicação da mesma para hoje.

Serão válidos para hoje o ósculo santo, o véu no rosto para a oração (1Co 11:13, 16:20)? Para respondermos isso precisamos primeiro saber: "o que significava o ósculo e o véu na sociedade daquele tempo?" Somente a partir daí é que poderemos transpor essa barreira cultural, e fazer das Escrituras algo vivo para o homem do século vinte. Para isso existem vários instrumentos disponíveis já em língua portuguesa: dicionários e manuais, introduções e comentários, livros dedicados há reconstruir os tempos bíblicos e atlas que os permitem visualizar o arranjo político-geográfico dos tempos dos Velhos e Novos Testamentos. Além disso, todo esse conhecimento introdutório pode ser conseguido em um só volume. Se o professor ou pregador não tem como adquirir uma biblioteca completa, poderá economizar bastante comprando uma Bíblia de Estudo, das quais sugiro a Bíblia Anotada, de Ryrie, publicada pela Editora Mundo Cristão, ou a Bíblia Vida Nova, do Dr. Russel Shedd. Estas são, ao meu ver, as melhores Bíblias de estudo da atualidade, dentro do meio protestante.

Nove princípios muito úteis

É importante que conheçamos nove regras que devem nortear nosso trabalho de interpretação:

Oração

Todo o trabalho de interpretação deve começar com a oração. É necessário que nos cubramos com a proteção de Deus e convidemos o Espírito Santo a ser o nosso Mestre. O Espírito Santo tem uma tarefa de ensinar-nos acerca de Cristo (Jo 16:13-14).

Do mesmo modo, é ele quem nos mostra as profundas revelações de Deus: "Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito, porque o Espírito a todas as cousas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus... Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim, o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente" (1Co 2:10, 12). Em outro lugar a Escritura afirma que nosso conhecimento advém do fato de possuir uma unção do Espírito: "E vós possuís unção que vem do Santo, e todos tendes conhecimento" (1Jo 2:20).

O verdadeiro entendimento da Palavra advém, em primeiro lugar, desse contato íntimo e freqüente entre o intérprete e o Deus que inspirou as Escrituras.

Descrição ou Prescrição?

É preciso distinguir entre texto descritivo e texto prescritivo. Descritivo é o texto que descreve algo, narra um acontecimento. O fato de algo ser contado na Bíblia não significa que o mesmo é regra para hoje. Os relatos históricos, por exemplo, transmitem-nos preciosas lições espirituais. No entanto, não devemos tirar deles doutrinas absolutas para nós hoje. Só podemos tirar doutrina de história se houver concordância dos textos bíblicos doutrinários, principalmente nas epístolas do Novo Testamento. Prescritivo é o texto que traz regras, ensinamentos e mandamentos para nós hoje. Vemos nas Escrituras passagens destinadas claramente à instrução e doutrinamento.

Ir do simples ao complexo

Pergunte sempre qual o significado mais simples, mais claro, mais singelo. A Bíblia é um livro que pode ser entendido por todo cristão, do erudito até o semi-analfabeto. A verdade mais clara é sempre preferível aos posicionamentos nebulosos e "profundos" (às vezes sem fundo mesmo!).

Isso não significa que todo o conteúdo bíblico seja fácil de entender. Em algumas partes do mesmo, precisaremos de auxílio adicional, e aqui entra a contribuição das boas introduções, manuais e comentários. E não apenas isso. Algumas passagens, ficarão simplesmente sem interpretação, por completa falta de informação. Mesmo o maior estudioso não sabe tudo sobre a Bíblia. Por isso mesmo devemos fugir de interpretações que exijam verdadeiras ginásticas mentais. Só devemos ir ao complexo se houver indício de revelação progressiva.

Cuidado com os textos "misteriosos"

Não dê atenção a textos obscuros. Pode parecer estranho, mas esse é um princípio que eu considero dos mais importantes. Alguns indivíduos tem o prazer em escarafunchar curiosidades inócuas tais como quem era o jovem nu do final do Evangelho de Marcos (Mc 14:51-52), os detalhes do batismo pelos mortos citados por Paulo em 1Co 15:29, acerca da pregação de Cristo aos espíritos em prisão, citada em 1Pe 3:18-20. Assim, perde-se tempo analisando detalhes irrelevantes. Essas questões podem parecer um "prato cheio" para os eruditos e técnicos textuais do Novo Testamento, mas, na maioria das vezes, dizem pouco ao cristão comum.

Partamos do princípio que todas as principais doutrinas e ensinamentos para a nossa vida prática estão expostos de modo claro na Bíblia. Os textos complicados, porquanto bíblicos, e por isso, valiosos, não são fundamentais para a nossa fé.

Ninguém vai deixar de ser salvo, por exemplo, se desconhecer o significado do número da besta, 666, de Ap 13. O trabalho do intérprete é aprender os ensinos claros e passá-los adiante.

Não devemos buscar decifrar mistérios, especializarmo-nos em uma espécie de esoterismo cristão. Tal insistência produz obsessão por posicionamentos obtusos, que não são saudáveis para a Igreja de Cristo.

Considere a revelação progressiva

A terra por si mesma frutifica, primeiro a erva, depois a espiga e, por fim, o grão cheio na espiga — Mc 4:28

Algumas verdades foram reveladas em semente no Velho Testamento, e só no Novo Testamento encontramos sua plena expressão, como por exemplo o ministério de Cristo, a Igreja, a nova dimensão da guarda do sábado, a situação pós-morte, etc.

Deve-se considerar a revelação progressiva no processo de interpretação. Alguém pode ler Ecl 9:5 e concluir uma doutrina errônea, afirmando que "os mortos não sabem cousa nenhuma". Os adventistas, por exemplo, fazem isso, ensinando que depois da morte a pessoa fica inconsciente, no túmulo, aguardando o dia da ressurreição. Essa é uma interpretação que desconsidera claramente a revelação progressiva. O texto de Eclesiastes não pode ser interpretado sem considerarmos as passagens do Novo Testamento que falam sobre o estado intermediário, quando estaremos com Cristo no céu aguardando a ressurreição. Nesse caso, houve uma progressão da revelação.

Compare Escritura com Escritura

O melhor comentário sobre a Bíblia é a própria Bíblia. Compare os princípios encontrados com o restante das Escrituras. Se houver reafirmação da verdade, principalmente no Novo Testamento, devemos ensiná-la com convicção. Essa regra é chamada pelos intérpretes de "analogia das Escrituras", e, bem utilizada, evita uma série de erros grosseiros de interpretação.

O intérprete realiza o seu trabalho convicto de que a Escritura não se contradiz. Algumas verdades são difíceis de conciliar, mas isso não significa que sejam excludentes.

Um exemplo disso é a questão da responsabilidade humana e da soberania divina. Alguns afirmam que Deus é quem decreta e dirige todas as coisas. Ele domina sobre tudo, e todas as coisas ocorrem segundo o plano predeterminado pelo Senhor (Sl 139:16; Pv 21:1; Is 46:9-11; Mt 10:29; At 2:23, 4:24, 28, 13:48; Rm 8:28-30, 9:8-24; Ef 1:5, 11; I Ts 5:9; 1Pe 5:11; Ap 1:6). Outros afirmam que, na verdade, o homem é responsável diante de Deus por seus atos. A existência do mal no mundo, e as conseqüências ruins provenientes do pecado são responsabilidade dos anjos e dos homens e não de Deus (Ez 18:29). Os homens são responsáveis diante de Deus pela sua rejeição ao Evangelho de Cristo, e quem não crer no Filho de Deus trará sobre si a justa condenação (Jo 5:24, 40, 6:29, 47-51).

Os cristãos bíblicos aceitam ambos os ensinos como expressão da mais pura verdade de Deus. Aqui encontramos uma antinomia. Antinomia, conforme o Dicionário Aurélio, é o "conflito entre duas afirmações demonstradas ou refutadas aparentemente com igual rigor". O problema, nas antinomias, não está na Bíblia, e sim na finitude de nossa compreensão. O fato de não entendermos alguma coisa não significa que ela esteja errada. O professor ou pregador deve ensinar tanto a soberania divina quanto a responsabilidade humana. Algumas respostas a tais questões só nos serão fornecidas na eternidade.

Cuidado com as "novas revelações"

Quando falamos de interpretação, o Espírito Santo não concede nova revelação, e sim iluminação. Não há nova verdade a ser acrescentada sobre o texto bíblico. Há nova iluminação, ou seja, são-nos mostrados novos aspectos da verdade que são relevantes para a nossa situação atual. A verdade é apenas uma. As aplicações dessa verdade é que são diversas. Somos incumbidos de entender a verdade e, sob a unção do Espírito de Cristo aplicá-la. Não fomos chamados para descobrir novas coisas, mas para ensinar as velhas e maravilhosas verdades de forma nova, pois elas são sempre necessárias em nossa geração.

Observe o Contexto

Conforme W. D. Chamberlain, "para interpretar contextualmente, há de se levar em conta o conteúdo geral de todo o documento, se ele é um discurso unificado. Então, o matiz de pensamento que circunscreve a passagem, pois que mui freqüentemente afeta ele o sentido dos termos a interpretar-se". Em algumas ocasiões, como por exemplo, numa interpretação de uma epístola, o seu "teor geral dita o sentido real da passagem" .

Quando desconsideramos o contexto, estamos sujeitos a errar a nossa interpretação. Um exemplo clássico é Ap 3:20: "Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e cearei com ele e ele comigo". Tenho ouvido muitos pregadores que usam a passagem como uma espécie de apelo evangelístico. O convite do Senhor, no entanto, neste caso, não é dirigido aos pecadores para que eles se arrependam e creiam no evangelho. O convite de Cristo aqui dirige-se aos crentes orgulhosos. O versículo em questão faz parte da carta de Jesus à Igreja de Laodicéia (Ap 3:14). Um modo eficaz de olharmos os textos contextualmente é os observarmos em blocos redacionais, conforme o exemplo abaixo:

Evangelho de João.

21 Capítulos, divididos em duas partes:

- Caps. 1-13: O Livro dos Sinais.

- Caps. 14-21: O Livro da Glória.

Objetivo do livro: Gerar fé nos leitores, de que Jesus Cristo é o Filho de Deus (Jo 20:31).

Seção é uma divisão maior do livro. No caso do Ev. de João, podemos afirmar que existem duas grandes seções: Sinais e Glória.

Capítulo é uma unidade menor dentro de uma seção. É interessante dividirmos os parágrafos dentro dos capítulos para entendermos melhor o texto.

Perícope ou texto analisado é a unidade menor dentro de um capítulo. Pode abranger um ou mais parágrafos. O texto estudado pode abranger apenas parte de um parágrafo, ou mesmo um só versículo. É importante estabelecer a relação deste texto com o capítulo, com a seção e com o restante do livro. Essa análise ampla permite uma interpretação harmoniosa e equilibrada.

A interpretação deve levar em conta toda essa estrutura textual. Chamamos de contexto imediato tudo aquilo que está próximo ao texto estudado (parágrafo e capítulo).

Chamamos de contexto remoto tudo aquilo que está distante, mas ao mesmo tempo abrange o texto estudado (seção— divisões maiores da obra, e o livro como um todo).

Devemos sempre perguntar ao texto: qual o contexto próximo? O parágrafo está tratando de que tema? E o capítulo? E a seção? Aqui estabeleceremos uma relação entre os elementos textuais, e estaremos mais aptos a discernir o significado da passagem. Todo texto deve ser interpretado dentro do seu contexto. Como diz um ditado da IB, "texto tirado de contexto é pretexto". Muitos usam textos deslocados para provar as suas doutrinas preferidas. Não caiamos nesse ardil!

Interpretação alegórica ou literal?

Ao interpretarmos um texto, fujamos da interpretação alegórica. O texto normalmente significa aquilo que está escrito mesmo. Em ocasiões iremos nos defrontar com figuras de linguagem. Cristo diz, por exemplo, que ele é "a porta" (Jo 10:7). Nesse caso, o bom senso nos diz que cabe aqui uma interpretação simbólica. Em outras situações, porém, devemos cuidar para não alegorizar aquilo que é literal.

Ouvi certa vez uma pregação sobre o casamento de Isaque relatado em Gn 24. O pregador disse que o servo de Abraão era um "tipo" do Espírito Santo, e que Rebeca é um símbolo da Igreja. Se formos utilizar tais artifícios em nossa interpretação, poderemos transformar o texto bíblico naquilo que quisermos. Devemos levar a Bíblia a sério. Os casos onde não estiver clara uma figura de linguagem, ou onde o estilo de literatura não for claramente figurativo, tais como nos Salmos e no Apocalipse, devemos sempre interpretar literalmente. O bom senso e a liderança do Espírito Santo nos garantirão bom resultado nessa empreitada.

Andando de bicicleta nas ruas do Antigo e Novo Testamentos

Sei que, inicialmente, a observação dos nove princípios acima poderá parecer um pouco complicada. Alguns, vendo a grandeza da tarefa, poderão até pensar em desistir. Quero incentivá-los a perseverarem. Deus recompensa nosso esforço de buscarmos entender melhor a sua Palavra. A situação assemelha-se a andar de bicicleta. Nas primeiras vezes que tentamos tivemos dificuldades. Alguém nos empurrava e, mesmo com rodinhas, levávamos uns bons tombos! Com o tempo, porém, fomos adquirindo confiança e coordenação. Começamos a pedalar com firmeza e ganhamos equilíbrio. Não precisamos mais de quem nos empurrasse. Depois, foram retiradas as rodinhas, e hoje passeamos prazeirosamente com nossas bicicletas. Sentamos no selim, e nem notamos que estamos tendo de coordenar um monte de movimentos ao mesmo tempo. O mesmo ocorre com a IB. Depois de certo tempo, adquiriremos o hábito de caminhar seguindo a trilha destas nove regrinhas, e exploraremos as ruas do Antigo e Novo Testamentos. Faremos isso prazerosamente, sem tantas dificuldades. Aqui, é claro, termina a similaridade com o treinamento na bicicleta. No caso da IB, jamais poderemos dispensar a ajuda de nosso treinador: o Espírito Santo. Ele sempre estará conosco neste caminho, e nosso destino será a terra da boa doutrina, de onde poderemos encontrar ao Senhor Jesus Cristo, e desfrutar por ele do gostoso fruto da árvore da vida. A Ele toda honra e toda glória.


Bibliografia recomendada:

- Carson, D. A. (1992). A exegese e suas falácias: Perigos na interpretação da Bíblia. São Paulo: Vida Nova.
- Chamberlain, W. D. (1989). Gramática exegética do grego neo-testamentário. São Paulo: Casa Editora Presbiteriana.
- Fee, Gordon D. e STUART, Douglas. (1984). Entendes o que lês?: Um guia para entender a Bíblia com o auxílio da exegese e da hermenêutica. São Paulo: Vida Nova.
- Ferreira, Aurélio Buarque de Holanda. (s.data). Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.
- Zuck, Roy B. (1994). A interpretação bíblica: Meios de descobrir a verdade da Bíblia. São Paulo: Vida Nova.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Você Jejua?

Você jejua? Dê-me prova disto por suas obras.
Se você vê um homem pobre, tenha piedade dele.
Se você vê um amigo sendo honrado, não o inveje.
Não deixe que somente a sua boca jejue, mas também o olho e o ouvido e o pé e as mãos e todos os membros de nossos corpos.
Que as mãos jejuem, sendo livres de avareza.
Que os pés jejuem, cessando de correr atrás do pecado.
Que os olhos jejuem, disciplinando-os a não fitarem o que é pecaminoso.
Que os ouvidos jejuem, não ouvindo conversas más e fofocas.
Que a boca jejue de palavras vis e de criticismo injusto.
Porque, qual é o proveito se nos abstemos de aves e peixes, mas mordemos e devoramos os nossos irmãos?
Possa Aquele que veio ao mundo para salvar pecadores nos fortalecer para completarmos o jejum com humildade, tendo misericórdia de nós e nos salvando.
Autor: João Crisóstomo

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

FUNK GOSPEL É LOUVOR?

A denominada música gospel me causa arrepios. Confesso que não suporto mais ouvir tanta bobagem. Se não bastasse isso, eis que surge retumbante (ecoando) neste país tupiniquim o funk gospel. Infelizmente esse ritmo famigerado (de muita fama) que tem sido incentivador da promiscuidade e violência nas grandes cidades, agora é evangélico. Para piorar a situação as músicas tocadas além de antropocêntricas (centradas no homem), afrontam o bom senso, disseminando (espalhando) no povo de Deus conceitos antibíblicos e anticristãos. Além disso, as letras são extremamente burrificadas, além obviamente de afrontar o vernáculo (língua oficial, o bom português).
Veja por exemplo essa “pérola” composta por Adriano Gospel Funk:
“Pras irmã e pros irmão
Que curte o som pancadão
Eu mando assim ó:
Vem pro gospel funk
Pra se divertir Com Jesus no coração
Você vai ser feliz então,
vem pro gospel funk
Pra se divertir Com Jesus no coração
Você vai ser feliz então pula e agora dança
A juventude, os adultos, os coroa e as crianças,
então pula e agora dança
A juventude, os adultos, os coroa e as crianças,
então pula e agora dança
A juventude, os adultos, os coroa e as crianças,
A juventude, os adultos, os coroa e as crianças,
Vem pro gospel funk pra se divertir…”

Pois é, confesso que ao ouvir essa coisa horrorosa fui tomado por um pavoroso sentimento de desespero. Francamente, pare, pense e responda: Isto é música? Por favor, seja sincero e responda: Isso significa louvar a Deus? Ah que saudade da boa música, ministrada, cantada, com unção, cuja melodia e letra eram inspiradas pelo Espírito do Senhor.
Definitivamente parece que nos últimos anos, a igreja de Cristo se perdeu no caminho em direção ao trono do Altíssimo. Sem sombra de dúvidas a coisa está feia!
Que o Senhor nosso Deus tenha misericórdia do seu povo e nos reconduza a sala do trono e que lá possamos adorá-lo integralmente entendendo assim, que a glória, o louvor, a soberania pertence exclusivamente a Ele.

Renato Vargens

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Festas Judaicas,o que dizer ao Cristão.

"As festas bíblicas são ordens sagradas do Senhor. Elas não são apenas judaicas; são, antes de mais nada, do Senhor, declaradas como estatuto eterno (Lv. 23:1-44). Essas festas não são um convite para que a Igreja volte à primeira aliança, mas para sustentar a mensagem que elas transmitem. Elas apontam para o fim, para o Cordeiro e falam da parusia, ou seja, a segunda vinda do Messias."

"Preste atenção ao que está sendo ministrado, pois Roma não deseja que nossos olhos sejam abertos. Roma quer nos prender ao paganismo. Esse paganismo se traduz na tentativa de deixar as festas bíblicas no esquecimento e de pegar as festas pagãs e tentar cristianizá-las. Porém, Deus abriu os nossos olhos. Não estamos mais debaixo da escuridão, pois o Senhor nos trouxe para a luz."

(Ap. Renê Terra Nova).


A frase do autodenominado “apóstolo” René Terra Nova demonstra bem a necessidade de estudarmos este assunto: a Igreja deve guardar festas e costumes judaicos? A Bíblia deixa alguma evidência de que tais práticas são para os cristãos?

Independentemente de dados históricos extra-bíblicos, devemos nos deter ao estudo das Escrituras para esclarecermos tais questionamentos. É da Bíblia a Palavra final sobre o assunto!

Para começarmos nosso estudo, é interessante nos debruçarmos sobre a carta de Paulo aos gálatas, pois os irmãos da Galácia estavam passando por uma situação semelhante a da igreja de hoje.

Quando Paulo escreveu aos gálatas, Os judeus estavam presentes em todo o Império Romano, principalmente nas cidades mais importantes. Muitos deles se converteram ao cristianismo e, dentre os convertidos, havia aqueles que queriam impor a lei mosaica sobre os cristãos gentios. São os "judaizantes". Assim como os fariseus e saduceus perseguiram Jesus durante o período mencionado pelos evangelhos, os judaizantes pareciam estar sempre acompanhando os passos de Paulo a fim de influenciar as igrejas por ele estabelecidas. Essa questão entre judaísmo e cristianismo percorre o Novo Testamento.

Os judaizantes estavam também na Galácia, onde se tornaram uma forte ameaça contra a sã doutrina das igrejas.

Aqueles judeus davam a entender que o evangelho estava incompleto. Para conseguirem uma influência maior sobre as igrejas, eles procuravam minar a autoridade de Paulo. Para isso, atacavam a legitimidade do seu apostolado, como tinham feito em Corinto.


O EVANGELHO JUDAIZANTE

Os judaizantes chegavam às igrejas com o Velho Testamento "nas mãos". Isso se apresentava como um grande impacto para os cristãos. O próprio Paulo ensinava a valorização das Sagradas Escrituras. Como responder a um judeu que mostrava no Velho Testamento a obrigatoriedade da circuncisão e da obediência à lei? Além disso, apresentavam Abraão como o modelo para os servos de Deus.

Os judaizantes ensinavam que a salvação dependia também da lei, principalmente da circuncisão. Segundo eles, para ser cristão, a pessoa precisava antes ser judeu (não por descendência, mas por religião). Foi para combater as heresias judaizantes que Paulo escreveu aos gálatas e mostrou àqueles irmãos que voltar as práticas e aos cerimoniais da Lei era cair da graça. (Gálatas 5:1-10):

“Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão. Eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará. De novo, testifico a todo homem que se deixa circuncidar que está obrigado a guardar toda a lei. De Cristo vos desligastes, vós que procurais justificar-vos na lei; da graça decaístes. Porque nós, pelo Espírito, aguardamos a esperança da justiça que provém da fé. Porque, em Cristo Jesus, nem a circuncisão, nem a incircuncisão têm valor algum, mas a fé que atua pelo amor. Vós corríeis bem; quem vos impediu de continuardes a obedecer à verdade? Esta persuasão não vem daquele que vos chama. Um pouco de fermento leveda toda a massa. Confio de vós, no Senhor, que não alimentareis nenhum outro sentimento; mas aquele que vos perturba, seja ele quem for, sofrerá a condenação”.


Algo parecido tem acontecido na Igreja brasileira nos dias atuais. Os judaizantes modernos ensinam que devemos guardar as festas judaicas, ler a Torah nos cultos, etc.

É muito comum vermos cristãos usando kipás (bonezinho usado pelos judeus), buscando ligações genealógicas com o povo israelita para que possam obter nacionalidade judia, entre outras coisas. Até mesmo nos cultos de algumas igrejas, músicas e danças judaicas foram inseridas.

Em nome do amor a Israel a bandeira da nação é colocada na igreja (será que um árabe desejoso por conhecer Cristo entraria nesta igreja?), o shofar é tocado e promovem-se as festas com a promessa de uma nova unção sobre a vida de quem participa de tais celebrações.

Há igrejas onde as pessoas não podem adentrar ao templo de sandálias ou sapatos e são orientadas a tirar os calçados, pois, segundo ensinam, irão pisar terra santa.

Há notícias de denominações no Brasil onde os assentos foram retirados dos templos e os crentes ficam de joelhos em posição semelhante à usada pelos judeus nas sinagogas.

Uma famosa “apóstola” apregoa inclusive a necessidade da Igreja Evangélica brasileira guardar o sábado. Em uma entrevista a antiga revista Vinde, ela declarou: "Meu contato com Israel me mostrou várias coisas, como os dias proféticos, as alianças: seis dias trabalharás e ao sétimo descansarás. Êxodo 31 declara que o sábado é o sinal de uma aliança perpétua e da volta de Cristo”.

Afinal, devemos ter a preocupação de celebrar as festas judaicas, usar kipá, colocar pano de saco, banhar-se de cinzas? O cristão tem essas obrigações? O que diz a Palavra sobre o assunto?

Sobre a idéia da guarda do sábado e a sugestão da pastora de que isso faz parte de uma aliança perpétua, verifiquemos o seguinte:


Usar a expressão "aliança perpétua" para referir-se à aliança feita entre Deus e Israel é desconhecer a transitoriedade dessa aliança apontada pela Bíblia. Se não, vejamos. A Bíblia menciona a existência de duas alianças. A primeira foi firmada entre Deus e o povo de Israel (Êxodo 19.1-8), logo que saiu da terra do Egito e se acampou junto ao Monte Sinai. A aliança foi ratificada com o sangue de animais como se lê em Êxodo 24.1-8. No livro de Hebreus, o escritor se reporta a esta aliança, dizendo: "É por isso que nem a primeira aliança foi consagrada sem sangue. Havendo Moisés anunciado a todo o povo todos os mandamentos segundo a lei, tomou o sangue dos bezerros e dos bodes, com água, lã púrpura e hissopo, e aspergiu tanto o próprio livro como todo o povo dizendo: ‘Este é o sangue da aliança que Deus ordenou para vós’" (Hebreus 9.18-20).

Essa aliança não integrava o povo gentio (Salmo 147.19 e 20): "Mostra a sua palavra a Jacó, os seus estatutos e os seus juízos a Israel. Não fez assim a nenhuma outra nação; e, quanto aos seus juízos, não os conhecem”.

Embora o povo de Israel tivesse prontidão em responder que observaria essa aliança, na verdade, não a cumpriu, de modo que Deus prometeu nova aliança. Essa promessa foi registrada por Jeremias: "Vêm dias, diz o Senhor, em que farei uma aliança nova com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não conforme a aliança que fiz para com seus pais, no dia em que os tomei pela mão para os tirar da terra do Egito, porque eles invalidaram a minha aliança, apesar de eu os haver desposado, diz o Senhor" (Jeremias 31.31 a 34).

Novamente, o escritor do livro de Hebreus se reporta a essa nova aliança, afirmando que ela já tinha sido estabelecida por Jesus Cristo: "Mas agora alcançou Ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de superior aliança, que está firmada em melhores promessas. Pois se aquela primeira aliança tivesse sido sem defeito, nunca se teria buscado lugar para a segunda", (Hebreus 8.6 e 7). Ainda Paulo, falando sobre a antiga aliança, declara: "Ele nos fez também capazes de ser ministros de uma nova aliança, não de letra, mas do Espírito; pois a letra mata, mas o Espírito vivifica" (2 Coríntios 3.6). Logo, não se pode falar em "aliança perpétua", referindo-se à primeira aliança entre Deus e Israel.

O que talvez a apóstola quisesse, mas não o fez, era dizer que o sábado é um mandamento perpétuo, como se lê em Êxodo 31. 16 e 17. Todavia, ainda assim, ela estaria incorreta. Não procede dizer que a guarda do sábado deva ser observada pelos cristãos hoje. Isto porque a palavra perpétuo não se aplica só ao sábado, mas também a vários outros preceitos que os guardadores do sábado nunca se dispuseram a cumprir, como, por exemplo, a circuncisão pois Gênesis 17.13-14 diz o seguinte: “Com efeito, será circuncidado o nascido em tua casa e o comprado por teu dinheiro; a minha aliança estará na vossa carne e será aliança perpétua. O incircunciso, que não for circuncidado na carne do prepúcio, essa vida será eliminada do seu povo; quebrou a minha aliança”. E agora, teremos que nos circuncidar também? Ou não seria mais coerente guardar o significado espiritual de tais ordenanças e não o seu aspecto cerimonial?

Um outro argumento da “apóstola” é a de que o domingo tem origem pagã, ela diz: "Roma teve um imperador que adorava o sol. Daí Sunday (dia do sol) [do inglês, domingo]. Por essa questão pagã, a tradição chegou até nossos dias...”.

Entretanto, esse é um argumento pueril, freqüentemente citado por eles para imprimir a idéia de que a guarda de outro dia que não o sábado é de origem estritamente pagã. Tão pagã quanto a palavra Sunday é Saturday (dia de Saturno), sábado, em inglês. O dia era dedicado ao deus Saturno e prestava-se culto com orgias e muita bebida. Os dias da semana levavam nomes pagãos e não só o domingo.

Constantino, por sua vez, foi o primeiro imperador romano a adotar o cristianismo. Quando o fez promulgou vários decretos em favor dos cristãos, destacando-se o de 7 de março de 321. Se vale o argumento de que a guarda do domingo é de origem pagã por ter sido Constantino quem firmou o primeiro dia da semana como dia de guarda, então teria que reconhecer que a doutrina da Trindade também tem origem pagã, pois foi o mesmo Constantino quem presidiu o Concílio de Nicéia, em 325, quando foi reconhecida biblicamente a deidade absoluta de Jesus. Jesus sempre foi Deus verdadeiro ou passou a sê-lo depois do Concílio de Nicéia? E o domingo passou a ser dito como dia de adoração em decorrência do decreto imperial ou os cristãos já o tinham como dia de adoração?

Quanto ao uso do Kipá, atente para o significado desta indumentária judaica segundo judeus messiânicos:

“Kipá - Simboliza que há alguém acima de você - O significado da palavra kipá é "arco", que fica compreensível quando pensamos em seu formato. A kipá é um lembrete constante da presença de Deus. Relembra o homem de que existe alguém acima dele, de que há Alguém Maior que o está acompanhando em todos os lugares e está sempre o protegendo, como o arco, e o guiando. Onde quer que vá, o judeu estará sempre acompanhado de Deus”.

“É costume judaico desde os primórdios um homem manter sua cabeça coberta o tempo todo, demonstrando com isso humildade perante Deus. É expressamente proibido entrar numa sinagoga, mencionar o nome Divino, recitar uma prece ou bênção, estudar Torá ou realizar qualquer ato religioso de cabeça descoberta”.

Fica o questionamento: é necessário para um cristão usar um kipá para lhe lembrar a presença de Deus? É preciso usar esse gorrinho para não esquecer de que Deus é Soberano e está acima de todos?

Não basta para o verdadeiro cristão o fato de que o próprio Deus habita em nós por meio do Seu Espírito? Fica o questionamento de Paulo aos coríntios: (1 Coríntios 3:16) “Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?”.


POR QUÊ NÓS CRISTÃOS NÃO GUARDAMOS A LEI?


1o – A lei de Moisés foi dada aos filhos de Israel (Êx.19,3,6). Nós, cristãos gentios, não somos filhos da nação Israel.

2o – Jesus cumpriu a lei cerimonial. Tal cumprimento significa não apenas sua obediência, mas a satisfação das exigências da lei cerimonial através da obra de Cristo.

Precisamos entender que os mandamentos da lei mosaica se dividem em vários tipos. Vamos, basicamente, dividi-los em mandamentos morais, civis e cerimoniais:

Os mandamentos morais dizem respeito ao tratamento para com o próximo: Não matarás; Não adulterarás; Não furtarás, etc. Tais ordenanças estão vinculadas à palavra amor.

Os mandamentos civis são aqueles que regulamentavam a vida social do israelita. São regras diversas que se aplicam às relações da sociedade. Um bom exemplo é o regulamento da escravidão.

Os mandamentos cerimoniais são aqueles que se referem estritamente às questões religiosas. São as ordenanças que descrevem os rituais judaicos.

A classificação de um mandamento dentro desses tipos nem sempre é fácil. Algumas vezes, uma lei pode pertencer a dois desses grupos ao mesmo tempo, já que a questão religiosa está por trás de tudo. A sociedade israelita era essencialmente religiosa. O Estado e o sacerdócio nem sempre se encontravam separados. Contudo, tal proposta de classificação já serve para o nosso objetivo.

A lei moral se resume no amor a Deus e ao próximo, como é dito em Gálatas 5.14 “Porque toda a lei se cumpre em um só preceito, a saber: Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.Os princípios morais permanecem válidos no Novo Testamento. Hoje, não matamos o próximo, mas não por causa da lei de Moisés e sim por causa da lei de Cristo (Gálatas 6.2) “Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo” à qual os gálatas deviam obedecer. A lei de Cristo é a lei do amor a Deus e ao próximo.

As leis civis do povo de Israel não se aplicam a nós. Além dos motivos já expostos, nossas circunstâncias são bastante diferentes e temos nossas próprias leis civis para observar. O cristão deve obedecer as leis estabelecidas pelas autoridades humanas enquanto essas leis não estiverem ordenando transgressão da vontade de Deus (Rm.13.1) “Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas”.

As leis cerimoniais judaicas foram abolidas por Cristo na cruz (o significado de cada uma delas se cumpriu em Cristo). Por esse motivo, mesmo os judeus que se convertem hoje ao cristianismo estão dispensados da lei cerimonial judaica. Por isso, não fazemos sacrifícios de animais, não guardamos o sábado, não celebramos as festas judaicas, etc.

Se alguém quiser observar algum costume judaico, isso não constituirá problema, desde que a pessoa não veja nisso uma condição para a salvação e nem prometa através destas coisas tornar alguém mais espiritual. (Rm 14.-8)

“Acolhei ao que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões.Um crê que de tudo pode comer, mas o débil come legumes; quem come não despreze o que não come; e o que não come não julgue o que come, porque Deus o acolheu. Quem és tu que julgas o servo alheio? Para o seu próprio senhor está em pé ou cai; mas estará em pé, porque o Senhor é poderoso para o suster. Um faz diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias. Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente. Quem distingue entre dia e dia para o Senhor o faz; e quem come para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e quem não come para o Senhor não come e dá graças a Deus. Porque nenhum de nós vive para si mesmo, nem morre para si. Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor ”.


O problema é justamente a conotação dada a essas festas e aos costumes judaicos por pessoas de movimentos judaizantes. Por exemplo, dizem que se não celebrarmos as festas estaremos sendo devedores ao Senhor e que celebrar seria repreender o “espírito de Roma” da Igreja, que o Evangelho estaria de volta a Jerusalém, etc.

Celebrar uma festa judaica na igreja como representação simbólica do período vetero-testamentário nada tem de mais, no entanto, colocar isso como obediência de mandamento é certamente abandonar a graça de Deus e voltar a Lei.

Já há gente se vestindo de pano de saco e banhando-se de cinzas para mostrar arrependimento. Em certos ambientes, para se aproximar do púlpito é preciso que os crentes tirem os calçados, pois estariam pisando em “lugar santo”. Com isso, a obra de Cristo estará sendo colocada em segundo plano, como algo incompleto e insuficiente, como fica claro em Gálatas 5.4-6 “De Cristo vos desligastes, vós que procurais justificar-vos na lei; da graça decaístes. Porque nós, pelo Espírito, aguardamos a esperança da justiça que provém da fé. Porque, em Cristo Jesus, nem a circuncisão, nem a incircuncisão têm valor algum, mas a fé que atua pelo amor”.

Além de tudo isso, é bom que citemos as palavras de Paulo: "..não estais debaixo da lei mas debaixo da graça." (Rm.6.14).

O Pastor Isaltino Gomes Coelho Filho escreveu o seguinte sobre a rejudaização da Igreja:

A rejudaização do evangelho tem um lado comercial e outro teológico. O comercial se vê nas propagandas para visita à "Terra Santa". O judaísmo girava ao redor de três grandes verdades: um povo, uma terra e um Deus. No cristianismo há um povo, mas não mais como etnia. A Igreja é o novo povo de Deus, herdeira e sucessora de Israel, composta de "homens de toda tribo, e língua e povo e nação" (Ap 5.9). Há também um Deus, que se revelou em Jesus Cristo, sua palavra final (Hb 1.1-2). Mas não há uma terra santa. No cristianismo não há lugares e objetos santos. O prédio onde a Igreja se reúne e que alguns chamam, na linguagem do Antigo Testamento, de "santuário", não é santuário nem morada de Deus. É salão de cultos. O Eterno não mora em prédios, mas em pessoas. Elas são o santuário (At 17.24, 1Co 3.16, 6.19 e Hb 3.6). Deus não está mais perto de alguém em Jerusalém que na floresta amazônica, nos condomínios, favelas e cortiços das grandes cidades. No cristianismo, santo não é o lugar. São as pessoas. Não é o chão. É o crente. E Deus pode ser encontrado em qualquer lugar. Não temos terra santa, e sim gente santa.

A propaganda gera uma teologia defeituosa. Pessoas vão à Israel para se batizar nas águas onde Jesus se batizou. Ora, o batismo é único, singular e sem repetição. Ele segue a conversão e mostra o engajamento da pessoa no propósito eterno de Deus. Uma pessoa que foi batizada, após conversão e profissão de fé, numa igreja bíblica, não se batiza no rio Jordão. Apenas toma um banho. E, sem o sentido filosófico do ser e do vir a ser de Heráclito, aquele não é o Jordão onde Jesus foi batizado porque as águas são outras. As moléculas de hidrogênio e oxigênio que compunham aquele Jordão podem estar hoje em alguma nuvem. Ou na bacia amazônica. Ou no mar. Até no Tietê. É mero sentimentalismo e não identificação com Jesus. É lamentável que pastores conservadores em teologia "batizem" crentes já batizados no Jordão. Isto é vulgarizar o batismo, tirando seu valor teológico.

Não sou contra turismo. Faça-o quem puder e regozije-se com a oportunidade. Sou contra o entortamento da teologia como apelo turístico. Temos visto pastores com sal do mar Morto, azeite do monte das Oliveiras (há alguma usina de beneficiamento de azeitonas lá?) e até crucifixos feitos da cruz de Jesus (pastores evangélicos, sim!). Há um fetichismo com terra santa, areia santa, água santa, sal santo, folha de oliveira santa, etc. No cristianismo as pessoas são santas, mas as coisas não. A rejudaização caminha paralelamente com a superstição e feitiçaria. É parente da paganização. Não estou tecendo uma colcha de retalhos. Tudo isto é produto de uma hermenêutica defeituosa, que não compreende as distinções entre os dois Testamentos, os critérios diferentes para interpretá-los, a pompa e liturgia do judaísmo em contraposição à desburocratização do cristianismo e que a palavra final de Deus foi dada em Jesus Cristo. É o NT que interpreta o AT e não o AT que interpreta o NT.

Um outro fator abordado pelo pastor Isaltino é a tal “restauração do sacerdócio”. O pastor visto como um intermediário da relação do homem com Deus. Sabemos que no NT o sacerdócio universal do crente fica claro, nem um filho de Deus precisa de sacerdotes humanos para ter acesso ao Pai. Temos a Cristo como o nosso Mediador:

Entretanto, a incidência do uso do termo "leigo" para os não consagrados aos ministérios é reveladora. Todos nós somos ministros, pois todos somos servos. E todos somos leigos, porque todos somos povo (é este o sentido da palavra "leigo", alguém do povo). Não temos clero nem laicato. Somos todos ministros e somos todos povo. Mas cada vez mais as bases ministeriais são buscadas no Antigo Testamento e não no Novo. Usamos os termos do Novo com a conotação do Antigo. O pastor do NT passa a ter a conotação do sacerdote do AT. É o "ungido", detentor de uma relação especial com Deus que os outros não têm. Só ele pode realizar certos atos litúrgicos, como o sacerdote do AT. Por exemplo, batismo e ceia só podem ser celebrados por ele. Assumimos isto como postura, mas não é uma exigência bíblica. Na batalha espiritual isto é mais forte. Os pastores tornam a igreja dependente deles. Só eles têm a oração poderosa, a corrente de libertação só pode ser feita por eles e na igreja, só eles quebram as maldições, etc.

O sentido teológico do sacerdote hebreu parece permear fortemente o sentido teológico do pastor neotestamentário na visão destas pessoas. Este conceito convém ao pastor que prefere ser chamado de “líder”. Ele se torna um homem acima dos outros, incontestável, líder que deve ser acatado. Tem uma autoridade espiritual que os outros não tem. O Antigo Testamento elitiza a liderança. O Novo Testamento democratiza. Para os líderes destes movimentos, o Novo Testamento, a mensagem da graça e a eclesiologia despida de objetos, palavras e gestual sagrados não são interessantes. Assim, eles se refugiam no AT. Por isso há igrejas evangélicas com castiçais de sete braços e estrelas de Davi no lugar da cruz, bandeira de Israel, guardando festas judaicas, e até incensários em seus salões de cultos. Há evangélicos que parecem frustrados por não serem judeus. A liturgia pomposa do judaísmo é mais atraente e permite mais manobra ao líder que se põe acima dos outros. Concluindo, a atração pelo poder é maior do que o desejo de servir.


A RESPOSTA DE PAULO AOS JUDAIZANTES DA GALÁCIA:

A perniciosidade da influência judaica na Galácia estava no fato de atentar contra a essência do evangelho. Os judeus queriam acrescentar a circuncisão como condição para a salvação. Se assim fosse, o cristianismo seria apenas mais uma seita do judaísmo. Então, Paulo vem reforçar o ensino de que a salvação ocorre pela fé na suficiência da obra de Cristo. Para se conhecer a suficiência é preciso que se entenda o significado. Em sua exposição, Paulo toma Abraão como exemplo, assim como fez na epístola aos Romanos, afirmando que o patriarca foi justificado pela fé e não por obediência à lei. Tal exemplo era de grande peso para o judeu que lesse a epístola. Na seqüência, o apóstolo expõe diversos aspectos da obra de Cristo e do Espírito Santo na vida do salvo sem as imposições da lei.


COMPARAÇÃO ENTRE CARACTERÍSTICAS E EFEITOS DA LEI E DA GRAÇA

A lei mosaica se concentrava em questões visíveis, embora não fosse omissa com relação ao espiritual. Os pecados ali proibidos eram, principalmente, físicos. Assim também, a adoração era bastante prática. Seus preceitos determinavam o local, a postura, a roupa, o tempo apropriado, etc. No Novo Testamento, Jesus vem transferir a ênfase para o espiritual, embora não seja omisso em relação ao físico. Ao falar com a mulher samaritana, Jesus observa que ela estava muito preocupada com os aspectos exteriores da adoração a Deus. Isso era característica da ênfase do Velho Testamento. Jesus lhe disse: "A hora vem e agora é em que os verdadeiros adoradores adorarão ao Pai em espírito e em verdade” (João 4.23). Vemos nisso a ênfase do Novo Testamento: que é espiritual.


Contrastes entre a Lei e a Graça


LEI / MOISÉS

Mostra o pecado

Enfatiza a carne

Traz prisão e morte

Infância

Traz maldição


GRAÇA / JESUS / CRUZ

Perdoa o pecado

Enfatiza o espírito

Traz libertação e vida

Maturidade

Leva a maldição

Aponta pra Cristo

Conduz ao Pai


PRESERVAÇÃO DA LIBERDADE

Paulo admoestou os gálatas para que se lembrassem do significado da obra de Cristo, a qual teve o objetivo de libertá-los. Agora que eram livres, não deveriam voltar ao domínio da lei.

Voltar à lei é negar a graça e perder os seus efeitos, ele mostra isso enfaticamente no Capítulo 5. É renunciar aos direitos de filho e voltar a viver como servo (Sara e Hagar). É renunciar à liberdade cristã, a qual foi comprada pelo precioso sangue do nosso Senhor. A história de Israel foi uma seqüência de cativeiros e libertações. Não podemos permitir que a nossa vida seja assim.

Os judaizantes estavam querendo impor a marca da circuncisão como se esta fosse um valor cristão. Entretanto, Paulo conduz os gálatas a um exame mais profundo da questão. O sinal exterior tem valor quando corresponde à condição interior. Como disse aos Romanos, "a circuncisão é proveitosa se tu guardares a lei" (Rm 2.25). Então, o que seria evidência fiel do interior humano? As obras da carne e o fruto do espírito. São marcas do caráter e se revelam nas ações. Estas são as marcas mais importantes na vida de um ser humano. Entretanto, se os judaizantes faziam mesmo questão de marcas físicas, Paulo possuía as "marcas de Jesus", sinais de todo o seu sofrimento pela causa do Evangelho “Quanto ao mais, ninguém me moleste; porque eu trago no corpo as marcas de Jesus” (Gálatas 6.17).

O mesmo Paulo, escrevendo aos irmãos em Colossenses 2:16-17, diz: “Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo”.

Cristo é a Luz do mundo, quem está em Cristo não anda em trevas. Por que então voltarmos às sombras? É isso que Paulo deixou claro. Portanto, fica evidente o quanto é descabida a idéia de introduzir costumes dos judeus nas atividades cristãs como cumprimento de mandamento, promessas de nova unção e coisas desse tipo.

Deus estabeleceu uma Nova Aliança em Cristo, pois na primeira os homens se apegaram muito mais aos rituais e aos símbolos do que ao significado dos mesmos. Passaram a viver uma religiosidade vazia e já no período do Antigo Testamento, o Senhor mostrava a sua tristeza com relação a isso: Isaías 1:13-14 “Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação, e também as Festas da Lua Nova, os sábados, e a convocação das congregações; não posso suportar iniqüidade associada ao ajuntamento solene. As vossas Festas da Lua Nova e as vossas solenidades, a minha alma as aborrece; já me são pesadas; estou cansado de as sofrer”.

Usam mal Mateus 5:17, em que Jesus diz: “Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir”.

A palavra cumprir utilizada aqui vem do grego plérõsai, que significa “encher”, “completar”. Jesus não veio revogar ou destruir nenhuma palavra que Deus ensinara aos fiéis do passado no AT. Veio cumprir plenamente o propósito de Deus revelado no AT dando à Lei e aos Profetas aquilo que faltava: o Espírito Santo para interpretá-lo e o poder para pô-lo em prática, pela sua obra salvadora.

Cristo representa o fim do legalismo de se tentar cumprir a Lei, como está escrito em Romanos 10:3-4 “Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de Deus. Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê”.

Cristo tirou o véu que encobria a Antiga Aliança. Ele revelou o “espírito” da Lei tornando-se carne. Cumpriu fielmente todas as ordenanças impostas pela Lei, dando a verdadeira interpretação a elas.

Ainda que Lei ordenasse o apedrejamento de adúlteras, Cristo perdoou uma mulher apanhada em adultério. Ainda que a Lei designasse o afastamento dos considerados “puros’ dos leprosos, Cristo se aproximada deles, os tocava e os curava”.

Cristo trouxe luz sobre o que eram sombras. Por que, então, voltar à escuridão do legalismo judaico?

Paulo resume esse comportamento da seguinte forma: “Mas os sentidos deles se embotaram. Pois até ao dia de hoje, quando fazem a leitura da antiga aliança, o mesmo véu permanece, não lhes sendo revelado que, em Cristo, é removido”. (2 Coríntios 3:14 ).


Com auxílio de textos do Pastor Isaltino Gomes Coelho Filho, Anísio Renato de Andrade, Natanael Rinaldi e site dos judeus messiânicos.

Autor: Clériston Andrade - Juazeiro-Ba

Fonte original:
http://www.cacp.org.br

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

GLUTONARIA,UM PECADO OCULTO.

Estamos acustumados com o pensamento natural do ser humano de dizer qual pecado é pior e qual é maior. Mas a única coisa que muda com os diferentes pecados são as consequencias. Diante de Deus você é um pecador se tranzar com sua namorada antes do tempo, ou se comer mais do que precisa.
Creio que o pecado que mais é cometido é o da glutonaria, primeiro, vamos ver o que é glutonaria:

" É o ato de comer em demasia, em excesso, ultrapassando o limite da saciedade."

O ser humano precisa se alimentar para manter o organismo em funcionamento correto, porém quando comemos mais do que precisamos por quaisquer que seja o motivo entramos na glutonaria, que não tem relação somente com comida, mas com bebidas e boas iguarias. Por ser algo comum entre todos os homens e mulheres, não vigiamos na hora de comer, nem no que vamos comer, se estamos comendo para saciar a nossa fome ou por avidez.
Cristãos de todo o planeta estão acima do peso por comer mais do que deve, e com isso estão em pecado e nem sabem.
Quem vive pensando em comer e beber, não compreende o reino dos céus:

"Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo" (Romanos 14:17)

A glutonaria faz mal a saúde, e a maior parte das coisas que Deus nos ensina ser pecado, são coisas que nos fazem mal. Agora acompanhando o raciocínio de que somos templo do espírito santo, se comemos exageradamente, estamos acabando com nossa saúde e destruindo o templo de Deus.
Metáfora: Se o lugar onde Deus chamou de casa aqui na terra, fosse um prédio nos dias de hoje, todos lutariam para tornar esse prédio santo, isolariam a área, reformariam a todo tempo, evitariam todo tipo de corrosão ou falha no local.
Por que não fazemos isso conosco então? Existem coisas que podemos evitar, e devemos! Se não conseguimos cuidar do nosso corpo, como podemos nos chamar de templo do espírito santo?

"Não destruas por causa da comida a obra de Deus. É verdade que tudo é limpo, mas mal vai para o homem que come com escândalo." (Romanos 14:20)

Não podemos ser dominados pela vontade de comer, pelo desejo de encher a barriga pelo prazer de não ter lugar para mais nada. Porque podemos fazer tudo! Mas existem coisas que não devemos fazer, e não podemos ser dominados por essas coisas. (I Coríntios 6.12)

Em Romanos 13.13 encontramos: "Andemos honestamente, como de dia, não em glutonarias, nem em bebedeiras, nem em desonestidades, nem em dissoluções, nem em contendas e inveja."

Lembre-se sempre do Pó viemos, e ao Pó retornaremos.(Eclesiastes 3:20), não temos de investir em nossos corpos, e em alguns casos além de ser perda de tempo é pecado, e te afasta de Deus.
Glutonaria é um pecado oculto, onde a maioria dos praticantes não sabe, nem sente que está fazendo, e mesmo o espirito santo incomodado e talvez criando formas para nos fazer parar, não paramos. Pois estamos acustumados a comer demasiadamente.
Não justifique a glutonaria através da fartura, e gordura não tem haver com comer demais, mas com comer coisas errados, crie limites, tenha domínio próprio.
Glutonaria é atitude de glutão, e não de cristão.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Precisamos de uma nova reforma?

O pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Vitória, Hernandes Dias Lopes, é taxativo: o protestantismo no Brasil precisa passar por uma nova reforma. Na avaliação dele, as igrejas evangélicas se desviaram da verdade e vêm utilizando as Escrituras Sagradas para interesses e conveniências pessoais.

Entre eles estariam os milagres, as curas, a prosperidade. "Hoje as pessoas se aproximam de Deus não pelo que Ele é, mas pelo que dá. Desejam o que funciona, o que dá certo, o que permite tirar proveito", pontua Lopes.

Parte dessas igrejas, destaca o pastor, é liderada por pessoas que ficam ricas ao explorarem a inocência dos fiéis. "A maioria sem nenhum preparo cultural e moral", diz Lopes. E quando a igreja se afasta dos princípios do Cristianismo, observa o líder dos presbiterianos, "a vida começa a ficar errada: aparecem as dificuldades, os problemas familiares, a depressão, as drogas". Para ele, o caminho para contornar essa exploração é vencer o analfabetismo bíblico. É conhecer a verdade na fonte, nas Escrituras Sagradas. "Quando falta o conhecimento, as pessoas caem na rede das maiores loucuras, das maiores heresias, dos enganos mais sutis da religiosidade", lembra Lopes.

Na próxima quinta-feira, o reverendo aumenta a lista de suas publicações - que já chegaram à casa dos 90 - com o lançamento de mais três livros. Um deles é de devocionais, reflexões práticas que ajudam a entender os textos bíblicos. Veja abaixo mais detalhes da entrevista concedida pelo pastor Hernandes durante suas férias nos Estados Unidos.

Na próxima quinta, o senhor lança um livro com reflexões práticas sobre a Bíblia.

São 52 devocionais, um para cada semana do ano. É uma forma de mostrar para o leitor as riquezas, a atualidade e a pertinência que a Bíblia tem para os nossos dias. Neles trato de assuntos variados: família, casamento, criação de filhos, depressão, ansiedade, igreja, sociedade, cultura.

O Brasil é um dos países onde mais se imprime bíblias, mas também é onde ela é menos lida.

É um paradoxo. Uma cultura de analfabetismo bíblico. E com isso muitos se tornam inocentes úteis nas mãos dos espertalhões, dos aproveitadores. A Bíblia diz: "O meu povo está sendo excluído porque me falta o conhecimento". Quando falta o conhecimento, as pessoas caem na rede das maiores loucuras, das maiores heresias, dos enganos mais sutis da religiosidade.

Há preconceito?

Há quem pense que se trate somente de um livro religioso e que sua leitura pode deixar a pessoa bitolada, o que é uma tolice. A Bíblia é um livro de cultura geral extraordinário e absolutamente prático. Nenhum livro produziu tanta transformação de vida, de caráter, de família, de pessoas, de sociedade, de cultura. Ninguém pode ser dizer culto sem ler a Bíblia. O triste é que até no meio evangélico há quem a utilize de forma mágica.

Como?

Abre a Bíblia a esmo, põe o dedo em um versículo e diz: "O que Deus esta falando comigo?" A Bíblia não é um livro mágico, mas lógico, racional. Quem assim age está lendo a Bíblia pelo avesso, de cabeça para baixo, não está entendendo nada.

O senhor também já fez críticas ao meio evangélico por não se saber orar.

Vivemos em uma cultura antropocêntrica ou humanista, onde a própria religiosidade coloca o homem no centro. Hoje as pessoas se aproximam de Deus não pelo que Ele é, mas pelo que dá. Desejam o que funciona, o que dá certo, o que permite tirar proveito. A pregação é a da prosperidade, dos milagres, para o fiel ficar rico. O que leva a uma exploração da fé.

Essa pregação é a marca do neopentecostalismo, responsável pelo surgimento de inúmeras pequenas igrejas evangélicas.

Que pipocam em vários lugares e que são lideradas por pastores que ficam ricos ao explorarem a inocência das pessoas. A maioria deles sem nenhum preparo cultural e moral, o que gera o descrédito na religião, na fé cristã, e com isso não podemos concordar.

Como evangelizar nesse meio?

O que precisamos no Brasil é de uma nova reforma religiosa. A própria igreja evangélica desviou-se da verdade. Uma verdade que está na Bíblia, que precisa ser estudada como ela é, e não como querem que ela seja. O problema é que a estão usando para interesses próprios, para as conveniências pessoais.

Quais?

Prosperidade, sucesso, milagres, curas. Ninguém quer pagar o preço de conhecer a verdade, de viver a ética. Querem algo enlatado, fast food. A igreja evangélica cresce muito, mas em detrimento da ética. A pessoa se diz cristã, mas o seu comportamento não muda, assim como a sua família e a maneira como lida com o dinheiro. Esquecem que o Cristianismo é transformação. Ele muda o caráter, a vida, a família, a sociedade, a política. Quantos políticos no Congresso Nacional se dizem evangélicos e, muitas vezes, estão à frente da corrupção, usando a fé para benefícios pessoais em vez de serem transformados por ela?

A Reforma Protestante veio de um racha com a Igreja Católica por problemas semelhantes.

A Reforma foi uma volta às Escrituras Sagradas, quando Martinho Lutero e os outros reformadores perceberam que a igreja estava seguindo práticas que não tinham amparo nas escrituras. Hoje as próprias igrejas evangélicas têm práticas contrárias à Bíblia, com enganos, mentiras, milagres a granel. Abrem-se igrejas como se abrem franquias de empresas. É completamente contrário ao que a Bíblia ensina.

Essa discussão está ligada à proposta de retorno à chamada igreja primitiva? O que isso significa?

É o retorno à igreja dos apóstolos, fiel à verdade, disposta a morrer pelo Evangelho, que não negociava a verdade, os princípios, que não vendia sua consciência por dinheiro. Nela os cristãos estavam prontos para morrer pelo Cristianismo.

Era também uma igreja marcada pela vivência em comunidade, bem diferente do individualismo presente na atual sociedade.

Como já disse, é um século humanista, com cada um por si e Deus para todos, onde não há princípios do Cristianismo. Quando se abandona a teologia, a ética se perde. Quando a igreja foge da verdade, a vida começa a ficar errada, aparecem as dificuldades.

Quais?

Problemas no casamento, com os filhos, depressão, ansiedade, uso de drogas. No momento em que a sociedade abandona a verdade, perde o rumo na vida moral.

Há algum movimento em prol dessa reforma?

Sim. Não diria que há um movimento articulado, mas as igrejas históricas estão preocupadas com essa situação.

O que o senhor diria para quem busca espiritualidade?

Que não se pode ter uma fé de segunda mão. A grande conquista da Reforma Protestante foi garantir a independência para buscar a Deus, para ler e entender as Escrituras Sagradas. Não é preciso interveniência de ninguém, não é preciso ser dependente de ninguém. A Bíblia diz: "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará". Quem a conhece não se torna presa de lobos, não se torna inocente útil nas mãos dos aproveitadores.
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Fonte: [ Presbiterianos Calvinistas ]
Via: [ Nova Reforma ]

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Fragilidade do apostolado contemporâneo

É curioso observar como algumas igrejas evangélicas tem facilidade em aceitar novidades. E é triste verificar a falta de empenho dos cristãos em observar as Escrituras e analisá-las com sensatez e cuidado. Triste também é saber que poucas são as igrejas que motivam seus membros ao estudo sistemático da Bíblia, ao aprofundamento teológico, a formação de grupos de estudo e discussão sobre as doutrinas cristãs e que verifiquem na Bíblia se as coisas realmente são como é pregado. Aliás, não é pecado analisar se os ensinos e a pregação estão em conformidade com as Sagradas Escrituras (Atos 17.10-11).

Dentro desta miscelânea de revelações e novidades que temos observado, é importante expressar-se sobre o caráter das revelações: 1) as revelações nunca deverão ser colocadas acima da Bíblia. A Bíblia é a palavra final e autoridade máxima, já que se trata da inerrante Palavra de Deus; 2) Se a revelação está em desconformidade com a Bíblia, descarte imediatamente tal revelação. Deus não é Deus de confusão (1 Coríntios 14.33) As experiências pessoais não podem ser colocadas acima das Escrituras Sagradas, pois estas já contêm a revelação do propósito de Deus ao homem.

Nestes tempos de tantas novidades, algo chama atenção de maneira muito preocupante na história recente da igreja: trata-se do Apostolado Contemporâneo, ou Restauração Apostólica. Muitos têm se levantado como apóstolos nestes dias. Apóstolos ungindo apóstolos e criando uma hierarquia apostólica. Alguns pastores que, talvez por se sentirem menores que seus colegas de ministério que foram ungidos como apóstolos, ungem-se a si mesmos e se autoproclamam apóstolos. Não há fundamento para o chamado ministério apostólico contemporâneo pelo simples fato do mesmo não possuir respaldo bíblico.

O termo
Segundo o Dicionário Bíblico Universal, o termo apóstolo “significa mais do que um 'mensageiro': a sua significação literal é a de 'enviado', dando a ideia de ser representada a pessoa que manda. O apóstolo é um enviado, um delegado, um embaixador” (Buckland & Willians, p. 35). A Bíblia de Estudo de Genebra também aplica esta descrição, dizendo que apóstolo “significa 'emissário', 'representante', alguém enviado com a autoridade daquele que o enviou” (Bíblia de Estudo de Genebra, p. 1272).

A frágil sustentação
Aqueles que defendem esta frágil posição, têm se sustentado principalmente na má interpretação do texto de Efésios 4.11 para o uso do ministério apostólico para nossos dias. O texto de Efésios 4.11 diz: “E Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres”.

A refutação
As regras mais simples de hermenêutica nos ensinam que os textos sagrados nunca devem ser tirados de seu contexto. E no contexto da epístola de Paulo aos Efésios, temos no capitulo 2 o texto que prova que este ministério não mais existe. Antes de citar o texto, é importante refletir: quando um prédio é construído, o que é feito primeiro? As paredes ou a fundação da obra? É obvio que todo alicerce, toda fundação é feita em primeiro lugar. Não é possível construir as paredes e no meio das paredes fazer a fundação. Efésios 2.19-20 diz: “Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular”.

Cristo é a pedra angular e os fundamentos foram postos pelos apóstolos e profetas. Os evangelistas, pastores e mestres são os responsáveis pela construção das paredes desta obra. Como bem explica Norman Geisler “De acordo com Efésios 2.20, os membros que formam a igreja estão 'edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas'. Uma vez que o alicerce está pronto, ele não é jamais construído novamente. Constrói-se sobre ele. As Escrituras descrevem o trabalho dos apóstolos e dos profetas, quanto à sua natureza, como um trabalho de base” (Geisler, p. 375).

A Bíblia registra o uso do termo apóstolo a outros personagens. Russel N. Champlin explica que “há também um sentido não técnico, secundário, da palavra apóstolo´. Trata-se de uma significação mais lata, em que o termo foi aplicado a muitas outras pessoas, nas páginas do NT. Esse sentido secundário dá a entender essencialmente ´missionários´, enviados dotados de poder e autoridade especiais” (Champlin, p. 288, v. 3). Nesse sentido o Ap. Paulo chamou a alguns irmãos por apóstolos seguindo este termo não técnico:



Personagem Texto
Tiago, irmão do Senhor Gálatas 1.19
Epafrodito Filipenses 2.25
Apolo 1 Coríntios 4.9
Andrônico e Junias Romanos 16.7

No contexto de Efésios 4.1, Paulo não estava se referindo a estes homens, mas sim aos 12, Matias (que substituiu Judas Iscariotes), e a si mesmo. Estes compunham, juntamente com os profetas, o fundamento da igreja (Efésios 2.19-20).


Existiam duas exigências fundamentais para que um apóstolo fosse reconhecido para tal função:


(1) Ser testemunha ocular da ressurreição de Jesus Cristo (Atos 1:21-22; Atos 1.2-3 cf. 4.33; 1 Coríntios 9.1; 15.7-8);

(2) Ser comissionado por Cristo a pregar o Evangelho e estabelecer a igreja (Mateus 10.1-2; Atos 1.26).


Assim como Matias, que passou a integrar o corpo apostólico por ser uma testemunha, Paulo, que se considerava o menor, por ser o último dos apóstolos, contemplou a Cristo no caminho de Damasco (Atos 9.1-9; 26.15-18), onde ocorreu o início de sua conversão. Ou seja, ambos preenchem os pré-requisitos para tal função. No entanto, os que se intitulam apóstolos em nossos dias não se encaixam nos padrões bíblicos que validam o apostolado.


É interessante que, enquanto o Ap. Paulo refere-se a si mesmo como “o menor dos apóstolos” (1 Coríntios 15.9), os atuais apóstolos têm por característica a fama e a ostentação do título. Tudo é apostólico! A unção é apostólica! Os eventos são apostólicos! As músicas são apostólicas! Nem de longe se assemelham com a humildade dos apóstolos bíblicos. Eventos, cultos e seminários se tornam mais interessantes quando a presença do Apóstolo Fulano é confirmada. É um chamariz: “venha e receba a unção apostólica diretamente do Apóstolo Beltrano”. Tais apóstolos têm se colocado como super-crentes, uma nova e especial classe da igreja, a elite cristã dos tempos modernos. Hoje existe de tudo um pouco neste balcão mercantil da fé: Apóstolo do Brasil, Apóstolo da Santidade, Apóstolo do Avivamento e até mesmo o mais popular apóstolo brasileiro, chamado por muitos por “Paipóstolo”.


Existem hoje ministérios com características apostólicas, no sentido das missões (envio) e no estabelecimento de igrejas. No entanto, isso não faz de ninguém um apóstolo nos padrões bíblicos. A forma como Wayne Grudem explica esse fato é muito esclarecedor: “Embora alguns hoje usem a palavra apóstolo para referir-se a fundadores de igrejas e evangelistas, isso não parece apropriado e proveitoso, porque simplesmente confunde que lê o Novo Testamento e vê a grande autoridade ali atribuída ao ofício de ‘apóstolo’. É digno de nota que nenhum dos grandes nomes na história da igreja – Atanásio, Agostinho, Lutero, Calvino, Wesley e Whitefield – assumiram o título de ‘apóstolo’ ou permitiu que o chamassem apóstolo. Se alguns, nos tempos modernos, querem atribuir a si o título ‘apóstolo’, logo levantam a suspeita de que são motivados por um orgulho impróprio e por desejos de auto exaltação, além de excessiva ambição e desejo de ter na igreja mais autoridade do que qualquer outra pessoa deve corretamente ter”. (Grudem, p. 764).


É equivocado aplicar o termo “apóstolo” para ministros contemporâneos. A Bíblia de Estudo de Genebra concluí que “Não há apóstolos hoje, ainda que alguns cristãos realizem ministérios que, de modo particular, são apostólicos em estilo. Nenhuma nova revelação canônica está sendo dada; a autoridade do ensino apostólico reside nas escrituras canônicas” (Bíblia de Estudo de Genebra, p. 1272).


Tamanho o fascínio que os crentes possuem por essa Restauração Apostólica, gera preocupação nas lideranças mais sóbrias. Vale citar as sábias palavras de Augusto Nicodemus Lopes: “Há um gosto na alma brasileira por bispos, catedrais, pompas, rituais. Só assim consigo entender a aceitação generalizada por parte dos próprios evangélicos de bispos e apóstolos autonomeados, mesmo após Lutero ter rasgado a bula papal que o excomungava e queimá-la na fogueira.” (Lopes, cf. blog do autor).


Conclusão
Os ofícios que o Novo Testamento expõe para a igreja, para aqueles que compõem sua liderança, são: Apóstolos, Pastores (ou Presbíteros, ou Bispos – já que todos os termos representam a mesma função/ofício – Tito 1.5-7; Atos 20.17,28) e Diáconos. Esta Restauração Apostólica não encontra subsídio bíblico ou histórico, portanto, levando em conta este contexto, e considerando principalmente que Paulo foi o último apóstolo, conclui-se que não existem apóstolos em nossos dias. Cabe à igreja de nossos dias, exercer suas funções sem invencionices e modismos, seguindo o puro e verdadeiro Evangelho.

Referências:
Buckland, AR. E Willians, L. Dicionário Bíblico Universal. São Paulo: 2001. Editora Vida
Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo: 1999. Editora Cultura Cristã
Geisler, N. e Rhodes, R. Resposta às Seitas. Rio de Janeiro: 2004. CPAD.
Champlin, RN. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, v. 3 e 4. São Paulo: 2002. Hagnos
Grudem, W. Teologia Sistemática. São Paulo: 1999. Edições Vida Nova.
AGIR – Agência de Informações Religiosas – www.agirbrasil.com
Augusto Nicodemus Lopes - http://tempora-mores.blogspot.com


Autor: João Rodrigo Weronka

Oração que Jesus nos ensinou.

Oração

(Filipenses 4:6)- Não estejam ansiosos por coisa alguma; mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus.
Nesta passagem o apóstolo Paulo mostra que nossa oração não deve ser apenas cheia de pedidos a Deus, mas também deve conter nossa gratidão e nossa adoração a Deus.
Jesus nos ensinou a orar, com a conhecida oração do Pai Nosso. Mas esta oração não foi feita para ser repetida, ela é um modelo de como deveríamos orar. No capítulo 6 do livro de Mateus, logo antes de citar a oração do Pai Nosso, Jesus fala sobre isso:
(Mateus 6:7) - E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos.
Quando Jesus fala para não usarmos de vãs repetições, ele estava dizendo que não deveríamos ficar repetindo mecanicamente orações de outras pessoas, ou ‘orações padrão’. Ele estava dizendo que nossas orações devem ser conversas pessoais com Deus, algo vindo de nosso coração. Então, o que poderíamos aprender com a oração do Pai nosso?
1º - Pai nosso que estás nos céus!
Podemos nos relacionar com Deus como nosso Pai. Ele não é um Deus distante, sentado num trono sem se comunicar conosco. Podemos falar com ele como um pai, sem intermediários. Nosso acesso a Deus está livre. Muitos dizem que precisamos fazer nossos pedidos a santos, que são intermediários de Deus, porque Jesus e Deus são muito ocupados. Mas isso não é verdade. Deus é Onipotente, Onipresente e Onisciente, ou seja: tem todo poder (nada é impossível para Ele), está em todos os lugares (está conosco em todos os momentos) e sabe de tudo que está acontecendo (Deus sabe de cada detalhe de sua vida).
Ele é seu PAI. Converse com Ele, fale com Ele, apresente para Ele suas dificuldades e seus problemas. Ele responderá.
2º – Santificado seja o teu nome
Adore a Deus. Sempre que orar, adore ao Senhor. Agradeça a Deus pela sua vida e porque ele tem planos de vitória para você. Mostre a ele sua gratidão e sua adoração. No começo podemos ficar sem palavras, mas à medida que vamos praticando, este momento de adoração vai ficando mais e mais íntimo e gratificante.
3º - Venha o teu Reino; seja feita a tua vontade assim na terra como no céu.
Permita que Deus governe sua vida. Peça que Ele faça a Sua vontade. Que nada impeça a vontade do Senhor se cumprir em sua vida. Jesus ensina que devemos nos humilhar perante Deus. Deixar de lado nossos pensamentos errados e nossa vontade de resolver tudo do nosso jeito e permitir que Ele dirija nossa vida. Ao orar, precisamos dizer a Deus que queremos que a vontade dele se cumpra. Apresente seus projetos para Deus, mas sempre peça que, acima de sua própria vontade, Deus faça a dEle!
4º - Dá nos hoje o nosso pão de cada dia.
Peça a Deus para lhe sustentar, para cuidar de você e de sua família. Para lhe abençoar no trabalho, na escola, em casa... onde quer que você for, que Deus seja seu provedor, aquele que cuida de você.
5º - Perdoa nossas dívidas assim como perdoamos nossos devedores.
Peça perdão pelos seus pecados. Apresente seus pecados ao Senhor. Confesse a Deus os erros que cometeu. Ele está pronto a perdoar os pecadores arrependidos, mas preste atenção que Deus nos perdoará da mesma forma como temos perdoado as pessoas que erraram contra nós. Então, abra seu coração e libere perdão para aquelas pessoas que erraram contra você, que lhe magoaram, que lhe machucaram. Assim também receberemos o perdão de Deus pelos nossos erros.
6º - E não nos deixe cair em tentação, mas livra-nos do mal.
Peça a Deus para fortalecer o seu espírito. Peça a Deus para livrar-lhe do mal. Precisamos estar sempre alertas para não pecarmos, para não cairmos. Então, em suas orações esteja sempre pedindo ao Senhor para não lhe deixar cair em tentação e pecar.
7º - Porque teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém.
Jesus então termina a oração louvando e adorando a Deus novamente.
Quando você estiver orando, lembre-se de que a oração é uma conversa pessoal com Deus. Não é uma carta cheia de formalidades a um desconhecido. Fale com Deus e dedique tempo para meditar na Palavra de Deus (a Bíblia), pois é através dela que o Senhor falará com você.
Ponto de discussão: Por que temos vergonha de orar em público?
Muitas vezes pensamos que temos capacidade de fazer uma oração em público e ficamos preocupados no que os outros vão pensar a respeito. Não precisamos nos preocupar se nossas palavras não forem perfeitas ou belas, por que o Espírito Santo “traduz” o que dizemos para que Deus compreenda. É o Espírito de Deus que intercede por nós, pois nenhum de nós sabe orar como convém. Para nós, as palavras podem soar vacilantes ou até belas, mas o importante para Deus, é que falemos com sinceridade no coração. Deus ouve nossas orações, não importando quão assustados estivermos nem as palavras que usarmos. A sua oração pode curar e restaurar a vida de alguém

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

O outro evangelho.

Desde o início da Igreja cristã, Paulo já advertia quanto ao ensino de "outro evangelho" que não aquele da mensagem da graça redentora de Deus manifestada na cruz de Jesus Cristo

2ª Coríntios 11:

3 Mas temo que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos entendimentos e se apartem da simplicidade e da pureza que há em Cristo.
4 Porque, se alguém vem e vos prega outro Jesus que nós não temos pregado, ou se recebeis outro espírito que não recebestes, ou outro evangelho que não abraçastes, de boa mente o suportais!

Gálatas 1:

6 Estou admirado de que tão depressa estejais desertando daquele que vos chamou na graça de Cristo, para outro evangelho,
7 o qual não é outro; senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo.
8 Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos pregasse outro evangelho além do que já vos pregamos, seja anátema.
9 Como antes temos dito, assim agora novamente o digo: Se alguém vos pregar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema.
Gal 1:10 Pois busco eu agora o favor dos homens, ou o favor de Deus? ou procuro agradar aos homens? se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo.

Pelo jeito, dois mil anos se passaram e outros "evangelhos" continuam sendo apresentados à humanidade, enquanto a mensagem da cruz passa desapercebida. É estarrecedor, portanto, ver como a igreja evangélica brasileira, a pretexto de ter acesso a alguma revelação "nova", "diferente", tem se submetido aos ensinos perversos, às "doutrinas de demônios" (1 Timóteo 4:1) que caracterizam os tempos finais. Já que a História da humanidade é cíclica, e os erros do passado tendem a se repetir no presente e no futuro, o gnosticismo avança impiedosamente nas igrejas evangélicas, em que pastores e líderes deixam a pregação da cruz de lado e passam a lecionar disciplinas exóticas, gnósticas, que têm uma certa aparência de "sabedoria", mas não resistem a uma análise mais criteriosa abaixo da superfície de suas belas palavras.

Já há vários dias, venho tentando ouvir o que Mike Murdoch fala nos programas insistentemente repetidos de Silas Malafaia. Confesso que é insuportável agüentar alguns minutos de tanta baboseira travestida de pretensa sabedoria. Por isso, além da já surrada "lei da semeadura" (ou seja, dinheiro, que é o que importa pra eles), vou pegando aqui e ali alguns trechos do que diz Murdoch, já que não pretendo comprar seus livros, tanto por absoluta falta de interesse como também certamente não conseguiria ler além da primeira página. Em resumo, do pouco que consegui assistir da tortura induzida de autoengano, Murdoch diz que há 72 leis na Bíblia, às quais ele dá nomes singelos como "lei do reconhecimento", "lei do som", enfim algo que qualquer pessoa minimamente instruída poderia fazer selecionando a dedo alguns versículos da Bíblia para justificar (e tentar legitimar) sua suposta autoridade espiritual. Com isso, Murdoch tenta passar a idéia de que ele, e só ele, conseguiu ver na Bíblia essas ditas "leis", o que lhe da, portanto, autoridade para pedir o seu dinheiro. Enquanto isso, vira letra morta (para ele e seu patrocinador brasileiro) o que Paulo diz em 1ª Coríntios 1:17:

Porque Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar o evangelho; não em sabedoria de palavras, para não se tornar vã a cruz de Cristo.

Só não é inacreditável que isto aconteça porque fomos seguidamente advertidos de que, nos últimos tempos, muitos falsos profetas apareceriam pervertendo o evangelho de Cristo, e que, "se possível fosse, enganariam até os escolhidos" (Mateus 24:24). Ora, para que haja essa possibilidade de engano, os falsos cristos têm que apresentar uma mensagem até muito simpática aos crentes, com seus "desígnios", "leis" e "semeaduras". Felizes os que têm o Espírito Santo para alertá-los e impedi-los de serem enredados por este "outro evangelho".