terça-feira, 29 de março de 2011

Maldições Hereditárias - Sim ou Não?

Introdução
A superdimensão que estão dando ao assunto...
A tendência de não se examinar bem e fielmente tudo o que a Bíblia tem a dizer.

Entendendo o texto básico –

“Não te encurvarás a elas nem as servirás, pois eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso que visita a maldade dos pais nos filhos, até a terceira e a quarta geração daqueles que me odeiam”. Êxodo 20:5

- a visita de Deus aqui não é chamada de maldição, certamente inclui algum tipo de castigo; - está ligada ao pecado da idolatria - conforme o versículo 4

“Não farás para ti imagem de escultura, nem, semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra”. Êxodo 20.4

- o público alvo da visita está bem definido “daqueles que me odeiam”.
É preciso fechar o pensamento de Deus lendo o versículo 6

“mas faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos”. Êxodo 20.6

Esse é o Deus a quem servimos. Se você o ama, você está abençoando suas gerações futuras, sem tirar de nenhum deles a responsabilidade individual.

A Responsabilidade Diante de Deus

“Que tendes vós, vós que dizeis esta parábola acerca da terra de Israel: Os pais comeram uvas verdes e os dentes dos filhos é que se embotaram? Tão certo como eu vivo, diz o Senhor Deus, nunca mais direis este provérbio em Israel. Pois todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá”. Ezequiel 18.2-4.

Esse texto:
• Afirma de maneira clara a responsabilidade individual diante de Deus;
• Reclama o direito inalienável de só o Senhor Deus julgar os seus filhos;
• Nega de forma transparente a possibilidade do pecado do pai ser castigado no filho. O que se confirma nos versículos 19 e 20
“Contudo perguntais: Por que não levará o filho a maldade do pai? Porque o filho fez justiça e juízo, guardou todos os meus estatutos, e os praticou, por isso certamente viverá. A alma que pecar, essa morrerá. O filho não levará a maldade do pai, nem o pai levará a maldade do filho. A justiça do justo ficará sobre ele, e a impiedade do ímpio cairá sobre ele”. Ezequiel 18.19-20

• Obedecer e servir a Deus é uma decisão absolutamente pessoal;
• O filho pode, e em muitos casos deve, fazer opção diferente da que fez o seu pai;
• Um pai pode gerar tanto um filho obediente e honesto como um mau caráter. Veja o contexto, capítulo 18 inteiro;
• A maldição hereditária tende a isentar o indivíduo da sua responsabilidade e culpa diante de Deus. Não vejo esta possibilidade em nenhuma parte da Bíblia.

A Obra de Jesus Diante da Maldição

“É evidente que pela lei ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá da fé. Ora, a lei não é da fé, mas: o que fizer estas coisas por ela viverá. Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós, pois está escrito: ‘maldito todo aquele que for pendurado no madeiro’. Ele nos resgatou para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo, e para que pela fé nós recebêssemos a promessa do Espírito.” Gálatas 3:11-14

• A obra de Cristo foi completa para os que estão nele – 2 Coríntios 5:17 “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas”;
• Nada precisa ser acrescentado a não ser a fé nele e no que ele fez;
• Quebrar maldições hereditárias na vida de crentes em Jesus é tentativa de anular, mesmo que inconscientemente, o que o Senhor realizou cabalmente na cruz.

Fechando o Estudo

“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” 1 João 1:9

“Havendo riscado o escrito de dívida que havia contra nós nas suas ordenanças, o qual nos era contrário, removeu-o do meio de nós, cravando-o na cruz e, tendo despojado os principados e potestades, os exibiu publicamente e deles triunfou na mesma cruz.” Colossenses 2:14

• O caminho para a vitória em relação aos pecados na vida do crente é a confissão;
• O caminho para a vitória é a posse, pela fé, daquilo que o Senhor Jesus já fez por cada um de nós. Amém.


Autor: Pr Mateus Esteves dos Santos
Terceira Igreja Batista do Plano Piloto
Email: prmateus@terceira.org.br

segunda-feira, 21 de março de 2011

Uma necessidade para o evangelismo

É indiscutível o fato da apologética se tornar cada vez mais necessária para a proclamação da Palavra de Deus. Apologética não consiste apenas em defender a fé cristã, mas também em anunciá-la ou servir como um instrumento indispensável para esta anunciação. A apologética sem o evangelismo é praticamente vã e o evangelismo sem a apologética se torna cada vez mais ineficaz.

A simples defesa do cristianismo é inútil quando não temos posteriormente a essencial proclamação da Palavra. A defesa é útil para a proclamação e deve estar intimamente relacionada a esta última. É preciso entender o quanto à apologética é útil, mas também o quanto ela pode se tornar inútil quando não utilizada de forma correta.

O apologista cristão Francis A. Schaeffer dizia que o homem moderno, quase em sua totalidade, está tomado pelo relativismo. O pensamento moderno mudou drasticamente o homem e para tanto se torna imprescindível que as formas de evangelismo também sofram intensas mutações. Uma destas mutações é aliar-se forçosamente a apologética.

O relativismo a que Schaeffer se referia pode ser verificado na prática. Estou evangelizando uma jovem de 21 anos, ela diz que todas as coisas etéreas que formam o homem, tais como moral e sentimentos, tem fundamentação orgânica.

Este pensamento conduz necessariamente ao relativismo, pois reduz a moral a um mero mecanismo orgânico (como um hormônio, por exemplo), e pensando assim existe uma relativização do certo e do errado. O homem é reduzido a um ser impessoal e suas atitudes não são essencialmente certas ou erradas, mas indicam sua necessidade de sobrevivência. Como na selva os animais lutam pelo seu espaço (e não precisam se culpar se matam um ao outro para conquistar seus objetivos), os homens também não precisam se culpar se passam por cima do seu próximo – isso é inclusive necessário para a manutenção da raça humana.

A minha pergunta é a seguinte: como é possível simplesmente evangelizar uma pessoa assim? O evangelismo puro e simples neste caso não surtirá muito efeito, pois a mente desta jovem está tomada pelo relativismo. Se ela não diferencia o certo e o errado, simplesmente dizer a ela que Cristo morreu em seu lugar se torna algo incompleto e ineficaz. Aqui nasce a apologética, enquanto uma ferramenta eficaz para o evangelismo.

No caso desta jovem, preciso prová-la que somos munidos sim de uma moral, que está longe de ser um mecanismo puramente orgânico, e para tanto necessito da apologética. Preciso defender racionalmente minha fé e mostrá-la como seu pensamento está baseado na irracionalidade. A partir daí será possível evangelizar, sem estar falando ao vento.

Insisto novamente que a apologética é importante, mas que deve ser seguida do evangelismo, ou tudo volta à estaca zero. A apologética deve fazer parte do processo evangelístico, e precisa contar para tanto com o essencial auxílio do Espírito Santo.

É imprescindível preparar a nova geração para evangelizar utilizando-se da apologética. A cada evolução da ciência, a cada nova filosofia, o homem se afasta mais da realidade da Palavra de Deus. A ciência vai se multiplicando e a amor se esfriando. Cabe a nós, como cristãos, defender e comunicar o Evangelho transformador nos adaptando as inevitáveis transformações do mundo.••.
Autor: Prof. Paulo Cristiano

quarta-feira, 16 de março de 2011

Satanas pode ouvir nossos pensamentos?

Satanás pode ouvir o que nós dizemos e conhece os nossos pensamentos? Deveríamos evitar orar em voz alta porque Satanás poderia nos ouvir?
Não há nada na Bíblia que indique que Satanás é onisciente. Não há nenhum versículo que diga que ele sabe tudo ou que ele pode ler nossos pensamentos. Mas ele é perito em predizer o comportamento humano porque ele o viu em operação por tanto tempo. Ele pode antecipar o que você fará em uma determinada situação sem conhecer seus pensamentos por causa do conhecimento que ele tem da humanidade e porque ele tem uma mente sobrenatural.
Mas em termos de ser onisciente e poder ler seus pensamentos (como Deus pode fazer), a Bíblia não apóia essa idéia de forma alguma. Ela nunca nos diz que anjos são oniscientes. E se um anjo santo não é onisciente, um caído também não é. Portanto, Satanás não pode ler nossos pensamentos, mesmo que ele seja bom em predizer o comportamento humano porque ele já viu tanto dele.
"E se um anjo santo não é onisciente, um caído também não é."
Eu falei em uma conferência em Iowa sobre este problema. Pessoas estavam perguntando coisas como "Como você lida com demônios?" e "Precisamos de exorcismo para nos livrarmos de demônios?" Bem, há muitas pessoas hoje que dizem que sim. Eu li um livro sobre libertação, certa vez, no qual o autor descreveu um médico que foi supostamente libertado do demônio do gotejamento pós-nasal1. E nessa abordagem, sempre que você pensa que tem um demônio, há uma certa fórmula mágica que você diz ou você anda de uma lado para o outro ou "clama o sangue"2 - seja lá o que for que essa frase signifique, já que não vem da Bíblia. O sangue já foi clamado em seu favor na hora da sua salvação e isso resolve a questão.
Há pessoas que defendem pequenas fórmulas e práticas do tipo sessão-espírita com uma conotação cristã, reivindicando que podem expulsar demônios e assim por diante. Mas quando você vai para a Bíblia, percebe que lidar com o diabo é realmente tão simples quanto ir a Efésios 6 e vestir a armadura de Deus. Veja que, em Efésios 6, diz assim: " a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades", certo? Nós estamos lutando contra demônios e contra Satanás.
"O que ele diz é: "Vista a armadura de Deus" e aquilo de que aquela armadura realmente consiste é a justiça."
Mas o que fazemos com isso? O melhor lugar para descobrir é ler ali mesmo naquele capítulo, não é? Note que ele não diz: "Vá tratar de exorcizar seus demônios com um exorcismo cristão". Nem diz: "Vá arrumar alguém para expulsar seu demônio". O que ele diz é: "Vista a armadura de Deus" e aquilo de que aquela armadura realmente consiste é a justiça. O coração dela é "a couraça da justiça". A chave, então, é viver uma vida íntegra, cheia do Espírito e confiar no poder soberano de Deus.
Portanto, não há nada na Bíblia que diga que Satanás pode ler nossos pensamentos. Certamente demônios podem ouvir o que dizemos. Eles podem entender o que nós dizemos. E, como eu disse antes, eles são muito bons em predizer as respostas comuns do homem porque eles praticam isso há muito tempo.
Mas não se preocupe com isso! Uma senhora me disse uma vez: "Nós sussurramos", porque ela tinha medo de que demônios ouvissem as orações dela. Minha resposta foi: "Bem, isso é tolo!". Você pode ir confiantemente diante do trono da graça. No Antigo Testamento, não diz: "E Davi sussurrou ao Senhor"; o que diz é: "E Davi disse ao Senhor" - e ele pôs para fora o que tinha para dizer. Você nunca ouviu falar de qualquer momento no ensino do apóstolo Paulo sobre oração em que ele diz: "Não fale alto". Quando ele desejava orar, ele simplesmente orava e não se preocupava se Satanás o ouvia porque ele estava vivendo de tal modo que Satanás não podia fazer nada a respeito de qualquer forma. Essa é a questão.
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1 N. do Trad.: Post-nasal Drip - é uma condição das vias respiratórias que pode ser a causa de tosse crônica e outros problemas, também crônicos.
2 N. do Editor: "Clamar o sangue de Jesus" é um recurso comum em meios carismaníacos (citando Mark Driscoll) quando se quer amarrar e expulsar demônios. Muito comum em alguns tipos de música dita evangélica como este exemplo e este demonstram.

Fonte: Extraído de Grace To You.

Tradução: Juliano Heyse

sexta-feira, 11 de março de 2011

O Falso Apóstolo

Ao lavar os pés dos discípulos Jesus revela fazer isso porque apenas os seus pés precisavam ser limpos do contato com o mundo. No mais todos estavam limpos por terem sido gerados de novo pela Palavra de Deus. Exceto um: Judas.

Aqui vemos um apóstolo que recebeu privilégios iguais aos dos outros, porém em quem a água da Palavra não tem qualquer efeito. Judas andou com o Senhor, mas tinha outra agenda. Seu pensamento e propósito estavam focados no que ele poderia lucrar seguindo a Jesus.

O final do capítulo 6 deste evangelho deixa claro que Jesus o escolheu, mesmo sabendo qual seria a sua intenção: "Não vos escolhi a vós os doze? e um de vós é um diabo. E isto dizia ele de Judas Iscariotes, filho de Simão; porque este o havia de entregar, sendo um dos doze."

À semelhança daqueles descritos no capítulo 6 de Hebreus, Judas foi iluminado, provou o dom celestial, se fez participante do Espírito Santo, e provou a boa palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro. Faltou crer, que é a condição essencial para ser salvo. Era impossível alguém assim ser renovado para o arrependimento.

Depois de lavar os pés de seus discípulos - inclusive de Judas - Jesus revela existir ali um traidor, para que os outros possam identificá-lo quando chegar a hora. Ele cita a profecia do Salmo 41, escrita mil anos antes: "Até o meu próprio amigo íntimo, em quem eu tanto confiava, que comia do meu pão, levantou contra mim o seu calcanhar".

Jesus diz: "Desde agora vo-lo digo, antes que aconteça, para que, quando acontecer, acrediteis que EU SOU". Ele usa novamente a expressão que Jeová usou ao se revelar a Moisés: "EU SOU". Trair a Jesus é trair o próprio Deus. Quem faz isso não fica impune.

Os discípulos nem imaginam quem é o traidor, e isso demonstra o quanto Judas era parecido com os outros apóstolos. Ninguém desconfiaria dele, como muitos hoje nem desconfiam dos lobos vestidos de cordeiro infiltrados nos templos e canais de rádio e TV.

Mas Jesus faz um alerta: "Quem receber aquele que eu enviar, a mim me recebe; e quem me recebe a mim, recebe aquele que me enviou". Por mais incrível que possa parecer, Judas havia sido enviado junto com os outros pelo próprio Senhor para pregar as boas novas.

Se você se recusa a crer em Jesus por causa dos picaretas que estão por aí pregando o evangelho, saiba que, para Deus, essa desculpa não cola. Você é convidado a crer em Jesus, o Salvador, e não em quem prega esse nome. Ao referir-se aos falsos pregadores, Paulo escreveu: "Mas que importa? Contanto que, de toda maneira, ou por pretexto ou de verdade, Cristo seja anunciado, nisto me regozijo".




Mário Persona

terça-feira, 1 de março de 2011

O Poder Transformador do evangelho

Elyse Fitzpatrick

Vamos encarar os fatos: ninguém lê um blog como esse a não ser que esteja profundamente interessado e comprometido em crescer em piedade e querendo ajudar outros a fazerem o mesmo. Por amarmos o Senhor, nós todos queremos nos tornar homens e mulheres que refletem cada vez melhor a Sua vida. Para nós, a pergunta não é “Devemos buscar crescer em santidade?”, mas sim “Como nós podemos crescer em santidade?”. Prosseguindo, muitos de nós iríamos responder esse “Como?” dessa forma: “Crescemos em santidade através do evangelho”. E por mais que essa seja a resposta correta, existe a possibilidade de que ela não seja específica o suficiente para servir de ajuda real. Assim, nós falamos sobre o evangelho, queremos levar outras pessoas ao evangelho, mas talvez não estejamos enxergando como os pontos específicos do evangelho se relacionam com nossas dificuldades diárias com a descrença e a idolatria, isso é, nosso pecado. Vamos ter então um momento para refletir sobre como exatamente as verdades individuais do evangelho nos transformam.
Quando falamos sobre o evangelho, não estamos falando apenas do que Jesus fez no Calvário – embora, obviamente, é impossível extrapolar a importância de sua morte substitutiva. Em 1 Coríntios 15, Paulo escreve que a mensagem do evangelho não é apenas a cruz, é a encarnação, a vida sem pecado, a morte substitutiva, a ressurreição do corpo, a ascensão, o reino e o retorno de Jesus Cristo. É a história da encarnação (Deus não poderia morrer se não tivesse corpo, verso 3), a vida sem pecados (a morte de um pecador não pode pagar ‘os nossos pecados, verso 3), sua morte substitutiva em nosso lugar e a ressurreição de seu corpo, permitindo a nossa justificação e libertação do jugo do pecado (versos 1, 2 e 4), sua ascensão e seu reinado (revelando-se a Paulo na estrada para Damasco, verso 8) e seu vitorioso retorno à sua noiva (versos 24 e 25). Encarnação, vida sem pecado, morte substitutiva, ressurreição do corpo, ascensão, reino e retorno: o evangelho.
É toda a mensagem do evangelho que Paulo diz ser de suma importância. O evangelho é mais que a cruz. Quando deixamos de apreciar todas as facetas das boas novas sobre Sua obra, seremos tentados a usar o sofrimento de Jesus na cruz para motivar a obediência. Em outras palavras, seremos tentados a sentir pena da vítima que Jesus foi e tentar nos culpar (e culpar os outros) para levar à submissão, ao invés de enxergar o vencedor, Jesus, que agiu de forma proposital por toda sua existência e que age poderosamente até hoje para nos transformar.
De forma resumida, vejamos como o evangelho completo pode me impactar quando estou lutando contra minha falta de fé, idolatria e pecado: Digamos que eu receberei visitas para o jantar e percebo que não tenho muito sal de cozinha. Eu calculo o tempo que levarei para ir até o mercado, comprar o sal e voltar a tempo de ser uma graciosa e organizada anfitriã (vemos ídolos aqui por todos os lugares). Eu entro no carro, corro até o mercado, pego o sal e corro para a fila do caixa rápido bem a tempo de ficar exatamente atrás de outra mulher que claramente não leu o aviso de “10 itens ou menos”. Fico instantaneamente irada, e por saber que minha ira é pecaminosa, me sinto culpada, e aí, por lembrar todas as vezes que já me senti assim, entro em desespero. E agora, quais são minhas opções?
1. Opção #1: Se eu for uma Moralista Feliz, eu afirmo a mim mesma que minha ira é “justa” porque a pessoa a minha frente não está obedecendo às regras como eu. Permaneço irada, mas me sinto melhor quanto a isso.
2. Opção #2: Se eu for uma Moralista Triste, eu reconheço que minha ira não é justa porque não estou amando meu próximo e estou irada por causa da minha idolatria. Sinto culpa e ira, mas agora vou me desesperar porque parece que eu não sou capaz de mudar.
3. Opção #3: Se eu tenho pensado muito na cruz sem levar em conta o resto do evangelho, vou me desesperar mais ainda, porque sei que Jesus sofreu por esse pecado, então ficarei, triste, culpada e pensando desesperadamente em quanta dor ele sofreu por minha causa. Nesse caso, o evangelho não me conforta, mas me destrói.
4. Opção #4: Se estou buscando viver à luz do evangelho completo, meu coração será transformado de várias formas:
1. Por causa da encarnação, Jesus Cristo sabe exatamente como é viver em um mundo amaldiçoado pelo pecado cheio de pessoas que quebram as regras… como eu. Sou uma quebradora de regras, mas ele me amou e enfrentou todas as dificuldades que eu enfrento. Ele está comigo. Ele simpatiza com a minha fraqueza (Hebreus 4.15). O entendimento de seu amor quando enfrento o pecado leva embora a minha ira contra meu próximo. Eu posso amá-la porque eu fui amada e sou exatamente como ela.
2. Por causa da sua vida sem pecado, eu agora tenho um histórico perfeito de amar meu próximo. Ele amou perfeitamente os quebradores de regras. Esse histórico de amor perfeito pelo próximo é meu agora; saber disso alivia minha culpa. Por mais que eu continue a falhar no amor, o histórico dEle é o meu.
3. Por causa da morte substitutiva, estou completamente perdoada dos meus pecados, mesmo os pecados que eu pareço cair com a maior facilidade. Deus não se ira mais comigo porque derramou toda sua ira em Seu filho. Ele não está desapontado ou irritado. Ele me recebe como uma filha amada.
4. Por causa da ressurreição (e da justificação que ela proporciona), eu sei agora que o poder do pecado sobre a minha vida está enfraquecido. Sim, falhei novamente, mas posso ter a coragem de enfrentar o pecado porque não sou mais escrava dele. Isso substitui o desespero pela fé para declarar guerra ao meu egoísmo e orgulho.
5. Por causa da ascensão e do reino, eu sei que essa situação não é meramente acaso. Ele orquestrou tudo isso para que eu me lembre dEle e seja abençoada novamente pelo evangelho. Ele reina sobre minha vida e intercede por mim agora mesmo. Não sou escrava do caos ou da sorte. Ele é meu Soberano Rei e eu posso descansar em seu plano de amor e me alegrar nEle.
6. E, por causa da sua promessa de retorno, eu sei que toda a dúvida, a injustiça e as lutas um dia chegarão ao fim. Essa fila no mercado e meus planos para o jantar não são tudo o que existe. Há as boas notícias do evangelho. Eu posso ir para casa agora e compartilhar com minha família e meus convidados como Jesus se mostrou a mim no mercado e nós podemos nos alegrar juntos por Sua obra em meu favor.
É a mensagem completa do evangelho que tem o poder para transformar os impacientes, culpados, egoístas e desesperados idólatras em adoradores livres e felizes do Deus Vivo. A mensagem completa do evangelho inclui Sua encarnação, vida sem pecado, morte substitutiva, ressurreição corpórea, ascensão, reino e retorno. Ver Jesus e sua gloriosa obra é o único poder forte o suficiente para nos transformar “com glória cada vez maior” (2 Coríntios 3.18), ou como disse John Owen, “Aqui nessa vida, ao contemplar a glória do Senhor, [os verdadeiros cristãos] são transformados à sua semelhança. Assim, serão como ele porque o verão como ele realmente é”.
Traduzido por Filipe Schulz | iPródigo